Três variedades de maçãs desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) estão conquistando o mercado europeu com suas características únicas. As variedades Luiza, Venice e Isadora, conhecidas por serem superdoces, suculentas e crocantes, já foram plantadas em 200 hectares de pomares na Itália, com a primeira safra comercial colhida no verão e outono de 2023.
Sucesso na Europa
Essas maçãs, comercializadas sob a marca Sambóa pelo grupo italiano Rivoira, impressionaram consumidores e empresas europeias. Gerhard Dichgans, diretor do projeto, relata que a recepção foi excelente: “A primeira impressão dos consumidores e clientes foi maravilhosa. O impacto do perfil gustativo das frutas deixou nossos parceiros do mundo todo entusiasmados para expandir os plantios.”
Apesar do sucesso na Europa, as variedades Luiza, Venice e Isadora ainda não ganharam espaço significativo no mercado brasileiro. Marcus Vinicius Kvitschal, pesquisador da Epagri e responsável pelo Programa de Melhoramento Genético de Macieira, explica que a forte presença das variedades tradicionais Gala e Fuji cria uma barreira comercial difícil de superar. “Mesmo com vantagens agronômicas e alta qualidade, essas novas variedades híbridas ainda não se consolidaram no Brasil”, comenta.
Diferenciais das Novas Variedades de Maçãs
As maçãs Luiza, Venice e Isadora são conhecidas por seus atributos que conquistaram os europeus:
- Qualidade das frutas: Alta doçura, suculência e crocância.
- Adaptação a climas mais quentes: Resistente a diferentes condições climáticas.
- Períodos de colheita variados: Precoce, intermediário e tardio, garantindo oferta o ano todo.
Marco Rivoira, presidente do grupo Rivoira, acredita que o sabor único dessas maçãs oferece um diferencial competitivo importante. “Com essas três variedades, podemos fornecer uma linha de produtos homogênea durante todo o ano”, afirma Rivoira.
Expansão Global
O sucesso na Itália é apenas o começo. A Epagri, através de uma parceria com a francesa International Fruit Obtention (IFO), envia seleções de Santa Catarina para testes na Europa. Após o sucesso inicial, a expansão para outros continentes já começou. Gerhard Dichgans menciona que parceiros foram prospectados na Nova Zelândia, Chile, África do Sul, Austrália e Estados Unidos. “No Chile, as primeiras plantas de Luiza saíram da quarentena e começaram a mostrar resultados promissores”, relata.
A previsão é que, nos próximos oito anos, sejam cultivados 4 mil hectares com as variedades Luiza, Venice e Isadora, resultando em uma produção anual de quase 200 mil toneladas de maçãs, solidificando ainda mais a marca Sambóa como referência em maçãs de alta qualidade.